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MIGUEL ESTEVES CARDOSO

Lisboa, anos 80. A crítica musical não existe. Do jornalismo, nem falar. Até que um estudante de Filosofia Política na Universidade de Manchester arrasa o cenário com textos de humor delirante e de poesia confessional. Escreve no "Sete", n' "O Jornal" e na "Música & Som", que veiculam a boa nova. Miguel Esteves Cardoso, nos jornais, abriu as portas aos anos 80. O bota abaixo dos fantasmas pré-punk teve momentos altos em textos em que classificava com "bostas" e "baldes" os piores momentos da década de 70. Tal como o seu manifesto para a crítica da música, "À maneira de um prefácio à maneira", estão coligidos no livro "Escrítica Pop", editado em 1982 e hoje esgotado.

A obra é, invariavelmente, citada pelos que desde então se dedicaram à louca e parasitária tarefa de escrever sobre música em Portugal. Os seus textos mais deslumbrantes e deslumbrados falavam dos Joy Division quando em Lisboa ainda ninguém percebera que Ian Curtis já se suicidara. A sua proximidade com Tony Wilson, da Factory Records, que trouxe a Portugal, transformou-o em peça chave na primeira edição de "Closer". Os Durutti Column de Vini Reilly editariam um álbum, "Amigos em Portugal", na Fundação Atlântica, que viria a fundar com Pedro Ayres Magalhães, Isabel Castaño e Ricardo Camacho.

Ficou célebre a sua polémica com o jornalista António Duarte, em que defendeu que o rock português não era "rock" nem era "português", ao mesmo tempo que injectava os Heróis do Mar com a estética militar que ilustrava a imagem dos A Certain Ratio.

Escreveu letras para Manuela Moura Guedes ("Foram cardos foram prosas"), Né Ladeiras ("Alhur") e Sétima Legião ("Glória"), onde aliava o depressão urbana à filosofia da saudade, peça central da sua tese de doutoramento. Assinou o primeiro texto sobre os Madredeus, no "Blitz", e deixou vir ao de cima a veia pop em canções das Doce ("Barquinho da Esperança") e do efémero Clube Naval ("Professor Xavier").

Quando ingressou no "Expresso", deixou de escrever sobre música, tinha "perdido o entusiasmo". Ainda assim, assinou um texto visionário sobre a importância do papel dos produtores.

Em "24 Hour Party People", de Michael Winterbottom, que hoje se estreia, e em que se evoca Manchester e esses anos da Factory, estamos sempre à espera de o ver surgir a qualquer momento. A sua figura não andava muito longe da de Tony Wilson: as ideias eram as melhores, o pragmatismo nem por isso...

Miguel Francisco Cadete / Público

ARTIGO PUBLICADO NO DIA 20.09.2002 - SUPLEMENTO Y DO JORNAL PÚBLICO

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