Directório

Último Podcast (20 Abril 2024)

Podcast

Entrevista com The Dust

Entrevista com The Dust

Entrevista com Tó Trips

Entrevista com Tó Trips

Entrevista com Rui Reininho

Rui Reininho

Entrevista com Doutor Assério

Entrevista com Doutor Assério

Emissão em Direto (Sádado 12-15)

Clica para ouvir

BIOGRAFIA

Em 1982, três amigos resolvem formar uma banda. Eram eles: Rodrigo Leão (Baixo), Pedro Oliveira (Voz e Guitarra) e Nuno Cruz (Bateria).

Começam a ensaiar e decidem chamar-se Sétima Legião (que era o nome da Legião romana que veio à Lusitânia).

Nesta altura a música da banda era muito influenciada pelos sons que vinham de Manchester, nomeadamente Echo & The Bunnymen e Joy Division. Concorrem à Grande Noite do Rock onde ficam em segundo lugar.

Susana Lopes (Violoncelo) e Paulo Marinho (Gaita de Foles) juntam-se ao colectivo, ao mesmo tempo que Francisco Menezes começa a escrever letras para as canções.

A banda chega a actuar com todos os elementos envergando gabardinas, como era usual nas bandas de Rock inglês, praticantes do som de Manchester.

Sétima LegiãoA Fundação Atlântica (editora discográfica de Pedro Ayres Magalhães, Ricardo Camacho e Miguel Esteves Cardoso) contrata a banda, em 1983, ano em que gravam o single "Glória" com letra de Miguel Esteves Cardoso. Este disco recebe grandes elogios da crítica, mas não obtém grandes favores da rádio e passa quase despercebido.

Susana Lopes abandona o projecto, ao mesmo tempo que entram em estúdio para gravar o novo disco: um LP que sairá em Julho de 1984 e se intitulará "A Um Deus Desconhecido", considerado ainda hoje um marco da nova música portuguesa.

Como a Fundação Atlântica fechou, a EMI, que fazia a distribuição das suas edições, contrata a banda para o seu próprio catálogo.

Ricardo Camacho (futuro produtor de muitos discos e médico de profissão) junta-se à banda, ficando encarregado dos instrumentos de teclados, ao mesmo tempo que Rodrigo Leão começa a ensaiar com Pedro Ayres num novo projecto que ficaria conhecido como Madredeus.

O novo disco da banda só sairia em 1987 e intitulava-se "Mar D’Outubro" (1). Continha os temas "Sete Mares", "Reconquista" e "Além-Tejo". Este disco torna-se um grande sucesso, atingido o galardão de Disco de Prata e sendo o grande trampolim para a ribalta. À custa deste disco, a banda conseguiu fazer muitos concertos.

O colectivo já contava com novos elementos quando o disco foi gravado: Gabriel Gomes (Acordeão) e Paulo Abelho (Percussões).

Em Novembro de 1989 é editado um novo LP da banda "De Um Tempo Ausente" que conta com vários convidados, entre os quais Flak, Francis (ex-Xutos e Pontapés), Luís Represas, Pedro Ayres e Teresa Salgueiro. Contendo os temas "Por Quem Não Esqueci" e "Porto Santo", este disco é, outra vez, um sucesso de vendas e de crítica.

Apenas em 1992, a banda regressa às edições com o novo disco "O Fogo" que já não é muito bem recebido pela crítica e não obtém o desejado sucesso comercial.

Em 1993 actuam no Mega-Concerto "Portugal Ao Vivo" no Estádio de Alvalade, onde gravam a quase totalidade do disco ao vivo "Auto de Fé" que será editado em 1994, contando com a participação especial dos Gaiteiros de Lisboa (de que Paulo Marinho era, também, um dos fundadores).

Rodrigo Leão afasta-se da banda, por não poder continuar nos Madredeus e nos Sétima Legião . Em Julho de 1996, o baixista Lúcio Vieira entra para a banda, substituindo Rodrigo Leão, nos espectáculos ao vivo.(2)

Em 1999, após se pensar que a banda tinha terminado, é editado o CD "Sexto Sentido", um disco muito diferente dos anteriores, onde a electrónica é dominante e os "samplers" de temas recolhidos por Michel Giacometti e Ernesto Veiga de Oliveira têm um destaque até aí nunca lhes dado por uma banda Pop em Portugal. Este disco, apesar das boas críticas, revela-se um verdadeiro "flop" comercial.

Em 2000 é editado "A História da Sétima Legião", um disco que faz a retrospectiva da banda e contém ainda dois temas inéditos ("A Luz" e "A Promessa"). 

Em 2003 é lançada uma compilação dedicada aos intrumentais dos Sétima Legião. A compilação inclui os inéditos "Sétima Volta", "Ilha Perdida" e "Silêncio da Terra" e uma remistura de "Ascenção".

ARISTIDES DUARTE / NOVA GUARDA

Os Sétima Legião actuaram no dia 26 de Fevereiro de 2003 no Frágil (Lisboa). Esteve também patente no local uma exposição dedicada ao grupo.

(1) «tivemos que parar a meio [da gravação do disco] porque se levantaram uma série de dúvidas, inclusive se o Pedro deveria continuar a cantar, se não, o que parou a gravação do disco durante uns dois ou três meses. Só depois é que retomámos». RL / Vida

(2) Depois de "O Fogo" e de "Auto de Fé", o disco ao vivo, ainda fizeram mais dois anos de concertos antes de pararem.

FORMAÇÃO

Pedro Oliveira (voz e guitarra)
Rodrigo Leão (baixo e teclas)
Nuno Cruz (bateria, percussão)
Gabriel Gomes (acordeão)
Paulo Marinho (gaita de foles, flautas)
Ricardo Camacho (teclas)
Paulo Abelho (percussão, samplers)
Francisco Menezes (letras, coros)

DISCOGRAFIA

Glória/Partida (Single, Fundação Atlântica, 1983)
A Um Deus Desconhecido (LP, Fundação Atlântica, 1984)
Mar D'Outubro (LP, EMI, 1987)
Sete Mares (Máxi, EMI, 1987)
De Um Tempo Ausente (LP, EMI, 1989)
O Fogo (CD, EMI, 1992)
Auto de Fé (CD, EMI, 1994)
Sexto Sentido (CD, EMI, 1999)
A História da Sétima Legião: Canções 1983-2000 (Compilação, EMI, 2000)
A História da Sétima Legião II: Músicas 1983-2003 (Compilação, EMI, 2003)

COMPILAÇÕES SE

Sete Mares - Colecção Caravelas (Compilação, EMI, 2004)
Grandes Êxitos (Compilação, EMI, 2006)

Colectâneas

Filhos da Madrugada (1994) - Cantigas do Maio
XX Anos XX Bandas (1999) - Longa Se Torna a Espera
Frágil 21 (2003) - O Último Deserto

COMENTÁRIOS

"A Um Deus Desconhecido" (1984) -  O "A Um Deus Desconhecido" é um álbum muito marcante para a Sétima Legião, mas não só. É um disco muito diferente de tudo o que se fazia na altura, que recuperava algumas coisas do passado mas que ao mesmo tempo estava completamente integrado no seu tempo. É um disco que ainda hoje oiço com uma emoção muito particular".

"Mar D'Outubro" (1987) - "É um disco mais maduro e onde se notam menos as influências exteriores. É talvez o disco onde mais nos aproximamos das estruturas-tipo da música tradicional portuguesa e depois tem uma canção, o "Sete Mares", que é a minha canção preferida da Sétima Legião. Há outra coisa muito importante que este disco marca, e é excusado andarmos para aqui a dizer que o êxito comercial não modifica um grupo. Só um autista completo é que recusaria esta ideia. Talvez para o Syd Barrett isso seja indiferente, mas eu não quero ser como o Syd Barrett e viver à base de sais de líquidos internado numa casa qualquer. O sucesso comercial deste disco foi para nós uma surpresa total. Uma semana depois de sair para a rua estava esgotado, não havia discos para repor nas lojas, foi uma confusão bestial".

"De Um Tempo Ausente" (1989) - "É um álbum com excelentes canções mas onde se notam já algumas divergências de orientação em relação a cada um dos elementos do grupo. A Sétima Legião continua a ter unidade, mas aquele centro descarnado e muito depurado de onde partimos já se tinha alargado um pouco mais. Nós somos um grupo sem figurantes. Toda a gente compõe, toda a gente faz coisas, mas isso não impede que as personalidades musicais entre cada um de nós sejam substancialmente diferentes. Por outro lado, é neste álbum que começamos a cair na tendência para o acumular de elementos e para o barroquismo nos arranjos. Em termos comerciais acabou por ser muito bom, o que veio aumentar a pressão ainda mais".

"O Fogo" (1992) - "Há vários problemas à partida. Em primeiro lugar, já havia Madredeus, o trabalho a solo do Rodrigo Leão e ainda o Paulo Marinho, que se tinha tornado um excelente executante de gaita-de-foles e que portanto tinha um grau de exigência consigo próprio muito maior que nos álbuns anteriores. Em termos musicais, havia muitos caminhos e toda a gente queria seguir o seu. Foi muito desconfortável para nós e começou a haver soluções de compromisso, o que em música é sempre catastrófico. Conclusão: "O Fogo" é hoje para mim um álbum de maquetas. Se pudéssemos voltar atrás mudaríamos tudo. Não é um disco que renego, mas foi um disco que nos ensinou várias coisas que se vinham acentuando e que não se podiam repetir no futuro. Nós tínhamos que trabalhar à volta de uma ideia central para cada disco e tínhamos de fazê-lo com base naquele número de elementos mínimo de que o primeiro disco era paradigmático. Aqui fizemos exactamente o contrário: "O Fogo" é um álbum extremamente barroco em termos de arranjos".

"Auto de Fé" (1994) - "Entretanto fizemos um álbum ao vivo, que para nós significou o encerar de um ciclo para a Sétima Legião. Aquele tipo de concertos que nós fazíamos acabou ali. Eu não quero parecer o Mick Jagger, que para mim é patético. Na altura em que o álbum foi editado falou-se muito do nosso fim, mas na verdade nunca chegámos sequer a colocar essa questão. Sabíamos que tínhamos de parar, que esta via que sempre havíamos seguido tinha de acabar no álbum ao vivo. E foi com esta disposição que chegámos ao "Sexto Sentido", um álbum que apanhou muita gente de surpresa".

"Sexto Sentido" (1999) - "O grupo era completamente virtual na altura que precedeu a edição do "Sexto Sentido". O Rodrigo Leão estava a desenvolver a sua carreira fora dos Madredeus, o Gabriel Gomes fazia as suas coisas na área do tecno, mas as coisas lá aconteceram, como sempre, muito naturalmente. O Pedro Oliveira apareceu-me com seis maquetas e eu agarrei naquilo tudo e juntei-lhe a minha livraria de samples de música tradicional portuguesa, que entretanto fora reunindo. A partir daí tínhamos um conceito-chave e foi então que saiu o "Sexto Sentido", o álbum da Sétima Legião de que mais gosto porque é aquele que ficou mais perto daquilo que pretendíamos. Apesar de ser um álbum que aparece 15 anos depois de um grupo existir, não é um álbum passadista, mas em perfeita relação com o seu tempo. Não se trata aqui se sermos pessoas que se aproveitam das últimas coisas que vão saindo e que incorporam tudo por uma questão de moda - como o Bowie fez questão de fazer enquanto pôde -, mas de um grupo de músicos que continua a ouvir música e que está muito longe de se ter cristalizado numa única forma".

Ricardo Camacho em entrevista de Tiago Luz Pedro / Público

Ricardo Camacho já tinha participado nas gravações do disco de estreia.  «A minha relação com o grupo nasceu um pouco antes da edição do primeiro álbum, quando o Luís Filipe Barros, que na altura trabalhava comigo na Rádio Comercial, se virou para mim e disse: "Ouvi o grupo de que andas à procura. Tocam mal como o caraças mas soam bem como tudo". E assim foi. Fui vê-los ao Rock Rendez-Vouz e a descrição correspondia fielmente ao que me tinham dito. Principalmente por uma coisa que eles tinham de diferente em relação a tudo o que era o rock português da altura. O rock português era uma coisa extremamente claustrofóbica em termos de estúdio. Enquanto houvesse uma pista livre tinha de se meter lá alguma coisa e a Sétima Legião era exactamente o contrário disso. Era um grupo que geria muito bem o silêncio e que tinha uma noção de espaço que para um produtor era completamente apaixonante.»  RC/Público

LIGAÇÕES

Madredeus
Rodrigo Leão & Vox Ensemble
Gaiteiros de Lisboa
Golpe de Estado
Os Poetas
Condor
Projecto Om
Tjak
Electrónica Portugal
Gabriel Gomes
Cindy Kat

NO RASTO DE...

Rodrigo Leão tem uma carreira a solo com vários discos. Formou recentemente os Electrónica Portugal e também participou em espectáculos dos Manchester Mad Remixers.

Gabriel Gomes produziu os Dança Ocultas, fez parte dos Poetas, lançou o disco do Projecto OM e fez a banda sonora da 2ª parte de "Madrugada", espectáculo do Teatro "o bando" comemorativo dos 25 anos do 25 de Abril. Actualmente tem dois projectos, Tjak de música étnica e um outro com o pianista Pedro Fatary e com o contrabaixista Pedro Roxo.

Francisco Menezes é diplomata.

Pedro Oliveira é advogado e trabalha na área de direitos de autor. Co-produziu o disco "Alma Mater" de Rodrigo Leão.

Paulo Abelho e Pedro Oliveira fazem parte dos Cindy Kat.

Ricardo Camacho é médico e está ligado à investigação da SIDA.

Paulo Marinho faz parte, desde 1991, dos Gaiteiros de Lisboa. Também dá aulas de Gaita de Foles.

Miguel Teixeira tocou com os Diva, Golpe de Estado e Tambor.

Parcerias

 
A Trompa Triciclo NAAM Ride The Snake Larvae Records

Parcerias Software Livre Audio

 
Rivendell - Radio Automation Mixxx - Free DJ Mixing Software Paravel Systems

Contactos

Manuel Melo
Av. D. Nuno Álvares Pereira, 215
Apartamento 23
4750-324 Barcelos

Email: sinfonias[inserir o belo e sedutor símbolo da arroba nesta posição]sinfonias.org

Telefones: 253 044 720; 933 595 923

Não esquecer: se for para tocar no programa, devem enviar faixas audio em qualquer formato (de preferência com o mínimo de compressão).
O software de automação do Sinfonias de Aço é dedicado e não toca streamings.