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MC - MUNDO DA CANÇÃO

Fundada por Avelino Tavares em [Dezembro de] 1969, no Porto, foi uma revista pioneira na divulgação da então designada nova música portuguesa, onde se incluíam os baladeiros e os cantores de protesto. De periodicidade mensal, teve como directores Avelino Tavares, José Viale Moutinho, António Vieira da Silva, António José Campos e Mário Correia. Os seus colaboradores das diversas fases incluíram Maria Teresa Horta, Guilherme Soares, Jorge Cordeiro, Michel Brunet, Arnaldo Jorge Silva, Fernando Silva Cordeiro, Tito Lívio, César Príncipe, José Cid, A. J. Lage, Jorge Lima Barreto, Octávio Fonseca Silva, Melo da Rocha, Carlos Feixa, Luís Paulo Moura, Viriato Teles, Manuel Neves, Fanch Deudé e Fernando Sylvan. Em 1973 teve uma edição integralmente apreendida pela Pide [edição nº 34; foi libertada pelo MFA em 27/04/1974]. Cessou a publicação regular em [Julho de] 1985, tendo ressurgido em 1991 como publicação anual temática [edições tipo brochura consagradas ao Folk Tejo e ao Festival Intercéltico].

[MC não aconteceu por acaso mas sim por uma convicção forte e baseada num pensamento que se julgou e se constata colectivo. Não se faz para determinado público, é concebida para todos. Usamos uma linguagem directa, sem eufemismos nem subterfúgios: negro é negro, encarnado é encarnado. Adoptamos uma atitude crítica: propomo-nos à crítica e, implicitamente, somos matéria crítica]

A MEMÓRIA DO ELEFANTE

Publicou-se no Porto a partir de 1971. De periodicidade mensal, caracterizou-se por uma abordagem transgressora e frequentemente polémica de temas culturais da altura. Publicou diversas entrevistas e textos de análise sobre o movimento da nova canção portuguesa. 

[Os quatro 'Elefantes' eram João Afonso, Joaquim Lobo, Pedro Nunes e Mário Jorge Morais.]
[Existiu também o suplemento "O ELEFANTE" que era publicado com o "DIÁRIO DO NORTE".]

MUSICALÍSSIMO

Fundado em 1972, teve Vítor Direito como primeiro director e Fernando Assis Pacheco como chefe de redacção. Ligado à equipa que fazia o jornal "REPÚBLICA", contou com a colaboração de muitos dos mais importantes jornalistas da altura. Subintitulado jornal de cultura jovem após o número 77, suspendeu a publicação no auge do período revolucionário pós-74.

MÚSICA & SOM

Fundada em 1977, esta revista teve como director António L. Mendonça e Bernardo Brito e Cunha como principal redactor. Propriedade da editora Diagrama, a partir do número 113 passou a chamar-se "VÍDEO, MÚSICA & SOM". Cessou a publicação em 1987. Entre 1978 e 1979 publicou-se também o "TOP MÚSICA & SOM", igualmente dirigido por António L. Mendonça.

[O primeiro director foi Rui Mendonça (?). Depois foi substituído por A. Duarte Ramos.]

MUSICALÍSSIMO

Em 1978 surgiu outro "MUSICALÍSSIMO" - dirigido por Jacques C. Rodrigues e propriedade da Editorial Globo, sediada em Queluz - que em 1980 passou a designar-se também jornal quinzenal de música, cinema e teatro.  Cessou a publicação em 1982.

[O primeiro director foi Bernardo Brito e Cunha. Outros directores foram Júlio Isidro e Mário Crisóstomo, este foi o último director.]

SE7E

Fundado em 1977 pelo grupo do semanário "O JORNAL". Teve sucessivamente como directores Mário Zambujal, Pedro Rafael dos Santos, José Silva Pinto, Luís Almeida Martins, Carlos Cáceres Monteiro, Afonso Praça, Rodolfo Iriarte, João Gobern e Manuel Falcão. Até meados dos anos 80 liderou a informação de espectáculos com tiragens só ultrapassadas pelo semanário Expresso e pelos jornais desportivos. Acompanhou a época de ouro da MPP e do rock português, mas foi vítima de sucessivas alterações da linha editorial, sobretudo após a saída de Afonso Praça e da maioria da equipa que o acompanhava, em 1988. Acabou por extinguir-se em meados da década de 90. Da sua redacção fizeram parte, ao longo dos tempos, Acácio Barradas (o primeiro coordenador), Fernando Assis Pacheco (que ocupou os lugares de chefe de redacção e sub-director), António Rolo Duarte, Maria João Duarte, António Macedo, António Duarte, Belino Costa, Cláudia Baptista, João Vaz, Margarida Trincão, Viriato Teles, Daniel Ricardo, Cristina Baptista, Manuel Neto, António Costa Santos, José Fragoso, José Manuel da Nóbrega, José Rui Cunha, José Zambujal, Margarida Magalhães, Margarida Rebelo Pinto e Pedro Rolo Duarte, entre outros. Teve ainda como colaboradores nomes como António Rolo Duarte, Eduardo Guerra Carneiro, Eurico da Fonseca, Herman José, João Ubaldo Ribeiro, Luís de Sttau Monteiro, Manuel Cadafaz de Matos ou Vítor Pavão dos Santos.

BLITZ

É o único jornal de informação musical actualmente no mercado. Fundado em [Novembro de] 1984, teve como primeiro director Manuel Falcão, a que se seguiu Rui Monteiro, que se manteve em funções até 2001. De periodicidade semanal, dirige-se sobretudo ao público mais jovem e privilegia a música da moda, mais imediatista. O espaço dedicado à música popular é limitado, mas dá alguma atenção a projectos alternativos.

[Em 2006 cessou durante alguns meses passando depois a ser editada no formato de Revista.]

Viriato Teles / Bibliografia Geral da MPP (Set/01)

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MÚSICA MÚSICA

Revista mensal dirigida por João Nelson (Espaço 3P). Durou apenas três meses.

ROCK EM PORTUGAL

Existiu entre 1977 e 1979. Foi a primeira revista exclusivamente dedicada ao fenómeno 'Rock Português'. O chefe de redacção era António Duarte. Não teve a influência e o sucesso da "MÚSICA & SOM", para além de não ser de tanta qualidade, nomeadamente no tipo de papel onde era impressa. (Aristides Duarte/NG)

SOM 80

Suplemento de 16 páginas publicado aos sábados com o diário "PORTUGAL HOJE" (ligado ao Partido Socialista). Inicialmente foi dirigido por João Afonso a que se seguiria Manuel Falcão (que seria o primeiro director do "BLITZ"). Tinha o exclusivo da publicação de artigos da revista Rolling Stone.

ROCK WEEK

Jornal dirigido técnicamente pelo repórter-fotográfico Luís Vasconcelos mas na prática orientado por António Duarte. Não chegou a ter mais de 10 números publicados. O número 10 chegou a ser impresso mas não foi editado. A capa dessa edição tinha a fotografia de Rui Veloso que apareceria mais tarde na capa de "Ar de Rock". Para Manuel Falcão era «um bom produto aparecido antes do tempo, que, se tivesse continuado, talvez não permitisse um espaço para o "BLITZ". O mercado não permite muitas publicações nesta área.»

«Um Jornal Que esteve na mó de cima durante 1980. Não chegou a ter mais que 10 números publicados. O número 10, a edição mais rara do Rock Week, que nunca chegou a sair, apesar de ter sido impressa. Na capa Rui Veloso. A mesma fotografia iria transformar-se mais tarde, na capa do primeiro disco de Rui Veloso, «Ar de Rock».» Luis Vitta / Blitz

MÚSICA INSTRUMENTOS & TECNOLOGIA (MIT)

Revista dirigida por Fernando Júdice (Trovante). O nº 1 foi publicado em Junho de 1988, na capa trazia os Xutos & Pontapés. «Revista destinada principalmente a músicos e aos outros mélomanos mais interessados.»

LP

No dia 3 de Novembro de 1988 foi editado o nº 1 (tinha havido um nº O no mês anterior) de um novo semanário (quintas-feiras) dedicado à música.  A directora do "LP", jornal com ligações à RGT, era Manuela Paraíso (Rádio Azul, RUT, RGT). O slogan era «Porque a Música Também se Lê». No início começou por afectar ligeiramente as vendas do "BLITZ" mas acabaria por encerrar devido a problemas financeiros. 

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«A imprensa da especialidade repartia-se por títulos de pouca credibilidade, como "Musicalíssimo" ou "Rock Week", mas seria no semanário "Se7e" que viria a ter lugar a exacerbada polémica entre os críticos Miguel Esteves Cardoso e António Duarte sobre a existência (ou não) do "rock português".» Miguel Francisco Cadete, Público, 01/08/2003

 «Entre artistas, editores e media, uma série de pessoas com idades entre os 18 anos e os trinta e tal anos davam provas de uma militância que provocou um render da guarda muito curioso» David Ferreira, Público, 01/08/2003

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Outras fontes consultadas: Blitz nº 481, Mundo da Canção (www.discantus.pt)