Auto de Fé
Tocam os sinos a rebate
Ide meninos depressa para debaixo das saias
Há medo no grasnar beato das velhas
Nas alfaias ao alto
Gadanhas e forcados
Por essa luz fantasmagórica iluminados
Na alegoria das chamas
Onde ardem entranhas vivas
Tocam os sinos a rebate
E a barafunda do povo alegra o baile das sombras
Por trás dos rostos assombrados
Contorcem-se endiabradas viúvas da luz moribunda
Mas há corpos enlaçados
Por essa luz fantasmagórica revelados
Na contradança fria das chamas
Onde ardem entranhas minhas
Porque me chamaste tu feiticeira
Para morrer na tua fogueira?
Musica, Letra e Vídeo: Paulo Mouta Pereira