Lodo - Prisão

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Sinto que te perco a cada dia
em pequenos instantes,
onde a memória é acusada de esquecer
pelo medo.

A tua ausência ecoa no vazio
numa ressonância pardacenta que bate e mora
sobre os muros da noite
onde te demoras docemente sobre o passado que revives
melhor do que o teu presente

Puseram-nos no fim do mundo
e deitaram-nos lá. Como se a esse limiar
de terra pertencido
fosse a nossa última morada.

Não sei onde começa
o que sentimos
nem se há um lugar destinado
a esses raros momentos
onde respiramos desprotegidos
a erva mansa e molhada
que nos ampara as costas
quando
caímos dentro de nós.

Sem ti
sou meia pessoa
meia vontade sem lugar algum.

És a sombra que acolhe
as tardes onde a natureza se esquece de me encontrar.
És um rasto de água urgente de esperança
na secura que povoa as terras que me circundam.

Tenho raiva de ti
por seres a ânsia
e eu o lugar.

____

Realizado por Pedro Caldeira e Paulo Graça
com Miguel Sá Nogueira e André Santos
Uma co-produção Tripé e LODO

Direção de Fotografia: Paulo Martinho
Edição: Pedro Caldeira
Assistência de Produção: Ariana Santos

Excertos dos poemas "A.S.", "Costela Comum" e "Segunda Oração" da obra "Outono Primário" gentilmente cedidos por Mara Silvério e narrados por Miguel Sá Nogueira

Música por LODO
Gravação, Mistura e Masterização por Sérgio Milhano no Estúdio PontoZurca

Agradecimentos: João Caldeira, Hugo Fernandes, Sofia Seno, Carla Dos Santos, Filipa Fernandes, Catarina Miranda e Susana Mendes

Categoria
Post Rock Letra L