lisbolha fala sobre a frustração de se crescer para além da cidade que nos viu nascer, de andar pela rua e sentir uma comichão demasiado familiar, um desejo súbito de anonimato, uma mala por fazer, sem destino em concreto.
créditos música
voz e coros - rita cortezão
bateria - benjamim
baixo elétrico - francisco nunes
produção - benjamim e rita cortezão
mixagem - moritz kerschbaumer
masterização - nelson carvalho
gravado em casa e no estúdio louva-a-deus
créditos video
realização - MAIO
edição - MAIO e rita cortezão
câmera - MAIO
uma produção Discos Submarinos e Força de Produção
agradecimentos à Fundação GDA e à Sociedade Portuguesa de Autores
letra
vai-se tudo embora
só fica lisboa desencantada,
cheia, menina e moça
já foste vê-la?
sobe lá pra cima
olha o rio, a ponte,
o céu é dourado, eu sei que é lindo
mas amanhã nada terá mudado
vou dar um passeio
encontro um amigo
não há nada de novo, eu digo
não há nada de novo
vamos ter ao sítio
onde fomos ontem,
antes de ontem
era só um dia qualquer
mas está lá toda a gente que eu sei
e está lá toda a gente
tu sabes também
toda a gente que eu sei
e tu sabes também
é o mal, é o bem
é o mal, é o bem
é o mal, é o mal, é o mal
de viver aqui
já somam vinte anos mais dois
e depois, e depois?
já bastam vinte anos menos dois
e depois, e depois?
é o mal, é o bem
é o mal, é o bem
é o bem, é o bem,
é o mal de viver aqui
não tem de ser assim
eu já não sou assim
e já não cabe em mim
a monotonia
esta cidade é luz
que não chega até nós
e não tem como romper
a bolha, lisbolha
hei de fugir não sei do quê
mas sei porque é que não me aguento
há de chegar ao pé de mim
toda a distância é chamamento
não me levem a mal
não vos levo na mala
Ⓟ Discos Submarinos, 2025