Boémia - A Retorna

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A Retorna

Retorna o imenso Portugal das últimas colónias
Saindo em barda, sem honras, bagagem ou cerimónias
E como um karma pago, ontem mãe, hoje madrasta!
Assim, bastardos que num safanão a mãe África afasta

Trazidos na estendida ponte aérea de “Américas libertárias”
Por ordem de medidas pouco humanas e tão mais partidárias
Pagando à vista a contrapartida de afastar do luso chão
Muralhas esquerdistas, semear por dentro a divisão

Bom filho à casa torna, o da santa e o da outra
Às queixas da retorna faz tudo orelha mouca
Ao sol habituados, manga curta e sem pertences
Passam um frio danado ao não ter as costas quentes

Passando um mau bocado, renegados, assim pelas duas gentes
Mulheres e homens, perdidos e achados, suspensos, pendentes
Pedaços do império desaguados da longa viagem
Peões da lusitana e colonial tão negra engrenagem

Recomeçando assim num país novo, tão novo para todos
Um pântano inicial cheio de perigos, coberto de lodos
Entre o perdido e achado o país faz-se de novo
E o que for dele é o que escolher sempre o seu povo

Bom filho à casa torna, o da santa e o da outra
Às queixas da retorna faz tudo orelha mouca
Ao sol habituados, manga curta e sem pertences
Passam um frio danado ao não ter as costas quentes

Rogério Oliveira-voz
Marco Ferreira-piano
José Salgueiro-flugel
Viktoria Chickova-violoncelo

Letra e Música de Rogério Oliveira
Arranjo e Direção Musical de Marco Ferreira
Produção de José Salgueiro
Álbum “Génese” Boémia 2023

Categoria
Letra B Pop