Teledisco da canção homónima do disco "Roupa Nova" (2018, edição de autor). Imaginado e criado pelo Fabrice Pinto (https://goo.gl/WN9gjA) numa madrugada na casa da tia João.
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Diogo Picão: saxofone tenor e coros
Ricardo Ribeiro: clarinete baixo
Baltazar Molina: percussões
Miguel Gelpi: contrabaixo
Teresa Campos: voz
João Berhan: guitarra eléctrica e voz
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Se algum dia te faltar
leva a seca ao teu quintal
com dois garrafões de sal
seca as mãos ao avental
abandona Portugal
se algum dia te faltar
Nalgum canto de Brasil
há quem cante diferente
mente para toda a gente
como não lhe ardesse o ventre
de plantar uma semente
nalgum canto de Brasil
Pra deixar o rio passar
antes do tremor da idade
cai no Carmo, na Trindade
desce à rua da Saudade
abre as portas da cidade
pra deixar o rio passar
Pela sombra da azinheira
vai à manifestação
amanha o peixe, amassa o pão
leva o puto pela mão
aprende a dizer que não
pela sombra da azinheira
Exercita o coração
colhe tudo o que semeias
antes da época das cheias
antes que mudes de ideias
quem sabe dormir a meias
troca a letra da canção
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Gravado pelo Nuno Morão e o John Klima no Scratch Built. Gravações adicionais minhas no quarto do costume. Misturado pelo Eduardo Vinhas no Golden Pony. Masterizado pelo Harris Newman no Grey Market Mastering. Ilustrado, gravado e desenhado duma ponta à outra pela Maria Vidigal (http://bit.do/mariavidigal).
Imaginado, tocado e cantado por mim (voz, guitarra eléctrica, viola, cavaquinho, piano, teclados, percussões electrónicas, chocalho, ovinhos, estalinhos, barulhinhos e coros), pelo Diogo Picão (saxofone tenor e soprano, voz e coros), pelo Ricardo Ribeiro (clarinete baixo e soprano, teremim, estalinhos, ferrinhos e coros), pelo Baltazar Molina (dohola, prato, guizos, estalinhos e coros) e pelo Miguel Gelpi (contrabaixo e coros). Teresa Campos (voz e coros) gentilmente cedida por ela própria.
Eu escrevi e compus as canções. A Ditadura e a Revolução foram erguidas a meias com o Picão. Os arranjos dos sopros são obra dele e do Ricardo. A teia das vozes foi urdida pela Teresa. O quentinho que tudo segura vem das mãos do Baltazar e do Miguel. As cornetas em esteróides na Serra da Lapa saíram da cabeça do Manuel Brito. O Enxaguado enfada o samba do Último Desejo, do Noel Rosa, e pisca o olho ao Sérgio Godinho. A Serra da Lapa faz-se à do Zeca. Todas as outras se fazem a outras quaisquer.
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À saúde do Picão, à certeza do Ricardo, à franqueza do Baltazar, à surpresa do Miguel, ao acalanto da Teresa.
À Maria, por saber esperar seis anos para me ouvir cantar outra vez.
Ao Agostinho, pela mica do lalá.