amortempo é essencialmente um disco de canções em português com uma abordagem musical de busca de identidade produzido por um contrabaixista. Resulta do desejo de juntar o contrabaixo e a voz a um conjunto generoso de participações de outros músicos extremamente talentosos que têm vindo a cruzar-se com Aníbal Zola. Procura essencialmente fundir música portuguesa com música latino americana e dá, com frequência, espaço para a improvisação.

As letras não são mais do que as próprias inquietações do artista que se espelharam em temas já muito explorados pela humanidade, e que, em Aníbal Zola, surgiram através de um processo bastante inocente.

amortempo tem o apoio da Fundação GDA no âmbito da Edição Fonográfica de Intérprete e foi editado no dia 28 de Fevereiro.

BIOGRAFIA ANÍBAL BEIRÃO (ZOLA)

Nasceu no Porto em 1983.

Deu os primeiros passos na música na escola primária sendo o piano o seu primeiro instrumento. No segundo ciclo teve aulas privadas de piano durante dois anos com a professora Maria Azeredo. Mais tarde ingressou na Valentim de Carvalho onde estudou guitarra clássica durante cerca de dois anos. Começou a tocar baixo eléctrico de forma autodidacta aos 16 anos tendo começado a ter aulas aos 18 com o professor Helder Mendonça e um ano mais tarde, na Escola de Jazz do Porto com o professor João André Piedade durante três anos. Neste período, estudou engenharia civil na FEUP e fez parte do projecto musical Pay Per View? com quem teve a oportunidade de tocar em vários palcos do nosso país como o Hard Club, Festa do Avante, Valentinos, Blá Blá, entre outros.

Em 2009, aos 25 anos, motivado pelo crescente interesse na improvisação e na composição baseada na escrita de canções, regressa à Escola de Jazz do Porto desta vez para estudar contrabaixo com o professor João André Piedade e Pedro Barreiros. Fez parte de um combo que participou na Festa do Jazz do S.Luiz em 2011, ano em que é admitido na ESMAE no curso de Jazz. Terminou a licenciatura em Contrabaixo/Jazz em Julho de 2014 na ESMAE onde teve a oportunidade de aprender e trabalhar com António Augusto Aguiar, José Carlos Barbosa, Florian Pertzborn, Nuno Ferreira, Michael Lauren, Mário Santos, Carlos Azevedo, Pedro Guedes, Abe Rabade, Telmo Marques, Jeffrey Davis, entre outros. Fez parte do combo da ESMAE que participou na Festa do Jazz do S.Luiz em 2014.

Actualmente faz parte dos projectos Palankalama, Les Saint Armand, Projecto Ferver, Carol Mello e é membro fundador do projecto Aníbal Zola. Desde 2014 que utiliza a voz como um instrumento de forma profissional, apresentando espectáculos a solo ou em banda interpretando temas seus e fazendo versões de bossa nova, música portuguesa entre outras.

Em Março de 2018 lançou o primeiro álbum em nome próprio intitulado Baiumbadaiumbé apresentando-o um pouco por todo o país e também em Espanha, fundamentalmente com espectáculos a solo de contrabaixo e voz com recurso a uma loopstation. Neste disco podem ouvir-se canções acompanhadas só pelo contrabaixo, canções gravadas em 2016 para um disco de Pato Sentido que nunca saiu e pequenos arranjos com vários instrumentos tocados pelo próprio, ou seja, pequenas demos que o tempo fez com que se transformassem em temas para disco porque, independentemente do que se fizesse, nunca seria possível atingir exactamente aquela sonoridade e isso pareceu-lhe importante mostrar. É portanto um disco com um som muito particular onde se podem sentir influências da música brasileira nordestina (há um baião e um maracatú), elementos plásticos que remetem à música de Tom Zé e ao tropicalismo brasileiro, algum rock e algum folk anglo saxónico. O tema “Dona Boa Morte” que faz também parte do novo disco foi premiado com um segundo lugar no Festival da Canção Vida em Ílhavo.

SINGLE “VIDA DE CÃO”

O novo disco Amortempo é um conjunto de canções cujas letras andam à volta de três temas: o Amor, a Morte e o Tempo. O primeiro single, “Valsa de três notas só”, é uma música cheia de espaço que, de certa maneira, nos faz parar. No segundo single, “Vida de cão”, sentimos o oposto. É uma música frenética tal como é a vida da maior parte de nós. A letra é fundamentalmente instintiva e pouco pensada, tentando misturar os sentidos da visão, olfato e audição de uma forma nervosa e desequilibrada,  representando o comportamento selvagem de um cão. Além disso fala de tudo e não fala de nada. Há quem diga que é o “chico fininho” dos cães. Neste videoclipe, o cão de Aníbal Zola é protagonista numa viagem em alvoroço pela cidade e a filmagem, tal como a música, também é descomplexada.

É curioso como o trabalho de Aníbal Zola é normalmente caracterizado pelos opostos, pela contradição, quente e frio, ácido e doce, cheio e vazio, rápido e lento, vida e morte, amor e ódio...

 SINGLE “VALSA DE TRÊS NOTAS SÓ”

“Valsa de Três Notas Só” é um tema escrito há três anos que tem como inspiração o “Samba de Uma Nota Só” de António Carlos Jobim e Newton Mendonça.
Com uma letra muito curta, diz que não é por querer incluir muitas influências ou complicar muito uma canção que esta será especial para quem a compõe. Fala daquela faísca de inspiração algo misteriosa que é difícil explicar de onde vem. Foi uma canção escrita muito rapidamente e que desde aí Aníbal Zola teve sempre muito medo de lhe mexer por achar que estava perfeita só assim, simples.
Por sentir que é a música mais “redondinha” do disco, o artista sentiu que era a escolha óbvia para primeiro single do álbum.

O videoclipe, realizado por Mimi Sá Coutinho, desta música não tem nenhuma ideia de enredo cinematográfico a não ser uma boa fotografia, a música fala bem por si só. De salientar o pequeno brinquedo utilizado para simular os sopros, da Fábrica de Brinquedos Pepe, comprado na Feira do Capão em Freamunde. Segundo o vendedor, nem os chineses conseguem imitar esta relíquia!

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©2020 Aníbal Zola
Gravado em Moreira Estúdios
José Aníbal Beirão: contrabaixo, voz, composição, arranjos, letras e produção
João Moreira: gravação, produção, mistura, master, percussões (palmas, estalidos, calças), vozes (assobios, delírios)
Juan de la Fuente Alcón: percussão nos temas 1, 2, 3, 4, 9 e 10
Carol Mello: percussão no tema 4 e vozes nos temas 7 e 8
Afonso Passos: percussão no tema 8
Luís Barros: percussão no tema 8 e bateria no tema 6
Iury Matias: guitarra nos temas 5 e 7
João Cardoso: guitarra nos temas 6 e 10
João Grilo: piano nos temas 2 e 3
Chico Bastos: cavaquinho brasileiro no tema 5
Pedro João: cavaquinho português no tema 8
João Martins: guitarra portuguesa no tema 9
João Gentil: acordeão no tema 4
Ivo Pinho: clarinete nos temas 3 e 5
Klénio Barros: trombone nos temas 3 e 7
Miguel Pais: trompete nos temas 3, 5 e 7

1. Marujo (4:04)
2. É Muito Fácil Falar (3:56)
3. Mar Profundo (4:01)
4. Tango da Lua Nova (4:07)
5. Samba Pro Paulinho (3:24)
6. Vida de Cão (2:24)
7. Valsa de Três Nots Só (3:29)
8. Tanto Para Contar (3:30)
9. D. Boa Morte (4:35)
10. A Montanha (3:49)