Edições

Último Podcast (16 Março 2024)

Podcast

Entrevista com Tó Trips

Entrevista com Tó Trips

Entrevista com Rui Reininho

Rui Reininho

Entrevista com Doutor Assério

Entrevista com Doutor Assério

Entrevista com Mutu

Entrevista com Mutu

Emissão em Direto (Sádado 12-15)

Clica para ouvir

De exercícios filosóficos que se transformam em tratados lançados para o barulho dos nossos dias está o mundo empacotado e a rebentar por todas as costuras que o cosem. Sabe-se - julgo eu que sei - que escolhemos pouco, e que do quase nada que se planeia sobrevem, e suplanta, a aleatoriedade dos acontecimentos. Porém, vestimo-nos, se de sapiência formos ricos, do que vale a pena. O Filipe Monteiro é todo assim e a sua história é feita dos destinos que considerou, a galope da sua gentileza e temperança individuais, cuidar e tomar com devoção e empenho.

Mesmo nos tempos por maturar em que a idade era de contabilidade curta, a música e a habilidade para ela gizaram um caminho calculável: o som, os instrumentos, as melodias, tinham vindo para ficar. Como aprendiz, abraçou desde muito novo aulas de órgão, piano e guitarra. As seis cordas foram – são! - a sua predilecção, mas não desprezou, muito pelo contrário, os anos que passou na Banda Filarmónica de Loures. Lá aprendeu, numa dimensão, diríamos, mais académica, mas cheia de informalidade, a ler e a escrever notas, compassos, acordes e outros quinhentos que na arte musical podem importar. Já adolescente começa a criar, responsabilizando-se por composições que forraram peças de teatro. Depois de passar por algumas bandas de garagem, experiência rica e frutuosa, colabora na formação dos Atomic Bees e com eles edita um único registo, “Love Noises and Kisses”. Rita Redshoes, um dos membros constituintes da banda, segue carreira a solo, mas Filipe Monteiro continuaria a acompanhá-la nessa viagem. Sempre com a música nos dias, veio o Curso de Design de Comunicação na Faculdade de Belas Artes. A imagem (vídeo) implanta-se nos gostos maiores de Monteiro, passando daí em diante e até hoje a trabalhar com nomes como Da Weasel (já extintos), Paulo Furtado, David Fonseca, Rita Redshoes, António Zambujo e Márcia, produzindo videoclipes, Dvd, documentários e desenhando a parte visual de alguns concertos dos artistas supracitados. Concomitantemente, trabalhou como músico (de estúdio e ao vivo), arranjador e produtor de discos de Redshoes – “Golden Era” em 2007 e “Lights & Darks” em 2010 - e de Márcia – “Casulo” e “Quarto Crescente”, este em co-produção com Dadi Carvalho (Marisa Monte, Tribalistas, Carminho, A Cor do Som, Caetano Veloso...).

Como se alcança, Filipe Monteiro deu sempre muito e mais para e com os outros, avançando altruísta por dedicação, amizade e profunda veneração à arte. O músico-homem agora é mais: o homem também músico é pai, marido, coisa-tudo. E vem, soberano de afecto, explicar-nos tudo num tim-tim por tim-tim arrebatador a desfilar por entre fios de guitarras, pianos, harmonias vocais, arranjos de cordas e metais, desassombradamente e com uma simplicidade que comove.

A primeira obra a solo aventura-se sob alter-ego Tomara e chamar-se-á Favourite Ghost. Este “novo eu” de Filipe Monteiro não serve trocadilhos, antes balanceamentos pessoais viscerais, oferecidos limpos e a promoverem uma edificação imagética que se desenha com imediatez no nosso corpo. Num serpentear de temas instrumentais e outros cantados - nestes narrativas sobre os que o salvam e oxigenam -, vamos de cabelos ventados por estradas largas, desertos parcamente despidos, primaveras e planetas belos carregados de uma melancolia reflexiva. Tomara consegue, de forma singular, focar o ouvinte para uma espécie de dimensão supra-emocional: quando nos canta os primeiros dias de paternidade, o amor-tridente que lhe é milagre, o canto do tecto do quarto que lhe ocupou horas infinitas e mal-dormidas, mas também o que foi e o que pode ser adivinhado quando não lhe escutamos o timbre. Nesta estreia, casa-se de forma imaculada e muito competente o sonante e o que, sem darmos conta, julgamos ver.

O Filipe é canções e, com diligência e mestria de relojoeiro, deixa-nos entreabertos os acessos para o seu mundo encantatório.

Favourite Ghost é uma maravilha pungente.

"Coffee And Toast", a primeira canção revelada, marca de forma segura o ritmo e a pulsação de "Favourite Ghost". Pontuada por pianos, guitarras lânguidas, uma percussão firme e pausada, a canção narra de forma bela e redentora dias em que a felicidade foi, circunstancialmente, mergulhada num qualquer nevoeiro desordenado e difícil: quase penumbroso. A música salva, esta fá-lo docemente. O amor emerge ressoante.

O videoclipe, realizado pelo próprio, é um primeiro auto-retrato que, servindo a canção, serve simultaneamente para nos apresentar a esta nova fase na carreira de Filipe C. Monteiro.

https://www.facebook.com/tomaraoficial

©2017 Tomara
Todos os temas e letras de Filipe C. Monteiro
Filipe C. Monteiro: voz, guitarra acústica e eléctrica, guitarra pedal steel, piano, glockenspiel, teclados, baizo, bateria e percussão
Márcia: voz na faixa 7
Secção de cordas na faixa 2: Ana Pereira (1º violino), Ana Filipa Serrão (2º violino), Joana Cipriano (viola) e Ana Cláudia Serrão (violoncelo)
Secção de metais nas faixas 3, 5 e 7: João Cabrita (saxofones tenor e barítino), João Marques (trompete e filiscorne), Jorge Teixeira (trombone)
Produzido por Filipe C. Monteiro
Gravado por:
Inês Lamares no Cabriolet Music Studio (Porto)
Filipe C. Monteiro no Sugar Studio (Lisboa)
Eduardo Vinhas no Golden Pony Studios (Lisboa)
Misturado por Eduardo Vinhas e Filipe C. Monteiro no Golden Pony Studios (Lisboa)
Masterizado por Andy Vandette
Artwork de João Cracel
Foto de capa de Estelle Valente

1. Hallow (2:17)
2. Coffee And Toast (5:01)
3. Favourite Ghost (3:57)
4. For No Reason (4:53)
5. Hope For The Best (4:09)
6. The Road (4:35)
7. House (4:19)
8. Land at the Bottom of the Sea (3:56)

 

 

 

 

 

Parcerias

 
A Trompa Triciclo NAAM Ride The Snake Larvae Records

Parcerias Software Livre Audio

 
Rivendell - Radio Automation Mixxx - Free DJ Mixing Software Paravel Systems

Contactos

Manuel Melo
Av. D. Nuno Álvares Pereira, 215
Apartamento 23
4750-324 Barcelos

Email: sinfonias[inserir o belo e sedutor símbolo da arroba nesta posição]sinfonias.org

Telefones: 253 044 720; 933 595 923

Não esquecer: se for para tocar no programa, devem enviar faixas audio em qualquer formato (de preferência com o mínimo de compressão).
O software de automação do Sinfonias de Aço é dedicado e não toca streamings.