Os nossos antepassados integram-nos desde a nascença e vão crescendo dentro de nós à medida que vamos percorrendo este caminho que é a vida. A eles devemos quase toda a
essência que nos compõe e a homenagem a um tempo em que se lutava para sobreviver.
Um tempo em que a dependência e a união com natureza eram o mais importante e essencial para poder lidar com as contraposições entre o medo e a esperança, o trabalho
árduo e a empatia.
Ancestors junta cada partícula que compõe os bosques reflectindo sons da natureza que nos levam a dançar em perfeita comunhão, elevando-nos suavemente pelo ar para voarmos ao lado das águias.
Instrumentalmente, Ancestors é uma ode densa e hipnotizante cuja descoberta se faz por um caminho sensorial com vários estágios de harmonia, melodias e intensidade. As cordas
abraçam os barulhos do bosque e a voz comanda o ritual. A bateria, por sua vez, consegue fazer-nos abraçar os tambores dos xamãs e com eles seguir viagem.
No bosque, encontramos um caleidoscópio em tons quentes que nos remete a travessias mentais cobertas de desconforto e prazer. Depois de longos minutos de um ritual mágico,
acordamos ao lado da serpente que nos guiou até à fogueira onde os índios invocam os seus antepassados.
Na encosta da Serra da Estrela, ao redor de uma fogueira, cinco druidas decidiram juntar a sua sabedoria e criar uma poção sonora que junta todos os elementos e essências da
montanha. Ao longe, avistam Elfos e decidem convidá-los a juntar-se a eles nesta criação. Os ingredientes usados para a poção são o heavy, o blues rock, o stoner, a distorção e o
psicadelismo.
Quem beber este néctar oriundo do caldeirão dos It Was The Elf, consegue sentir na pele a dicotomia entre o ar quente e gélido que entra pelo nariz e pelos poros da pele e uma
sensação de purificação explosiva e enigmática que provém dos pedais e de toda a harmonia que as cordas conjugam.
A música deste quarteto remete-nos para um lugar onde os pássaros cantam, o vento assobia canções de solidão e os rugidos que vêm do desconhecido ecoam pelos vales.
Aqueles onde, sem saber como, nos desintegramos e passamos a constituir como um uno.
Bandcamp: https://itwastheelf1.bandcamp.com/
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Raging Planet: https://ragingplanet.bandcamp.com/
©2020 Raging Planet (AS/RP337)
Gravado no Hertz Control em Caminha por Marco Lima
Artwork: João Nuno
Foto de capa: Rui Pires
Editado a 25 de Novembro de 2021
1. Nature's Son (10:46)
2. Black Caravan (6:23)
3. Snake Charmer (6:20)
4. The Return of The Bear (5:25)
5. Dolmen (8:42)
6. Rain (6:49)
7. Sun (5:35)