Estreado o álbum em CD e em formato digital a 19 de Março de 2018 (47 de Fevereiro), os 47 de Fevereiro formados em 2015 no Porto (de Palermo) editaram em vinil no dia 5 de Outubro, dia da Implantação da República, o seu álbum de estreia "Luta pela Manutenção" (produzido por Rui “Caps” Ferreira) por acreditarem que esse formato faz parte da história da música e, dessa forma, lançar um novo desafio à Torcida 47 a partir do Outono deste ano.
“La Favorita” foi o single/videoclip escolhido para anunciar esta edição em vinil! Este tema tem dois lados sobrepostos mas que se complementam: por um lado, debruça-se sobre as máfias e os seus tráfegos e tráficos, da sua presença nas ruas e das suas óbvias conexões aos gabinetes; por outro lado, o negócio que é feito com os refugiados de guerra (e não só...), guerras essas provocadas e negociadas em alguns desses mesmos gabinetes. O vídeo, mais uma vez da autoria de 1/2 Pirata Mau (Augusto Lado), aborda esses temas de uma forma sublime, remetendo para elementos do primeiro vídeo “In Extremis” que, em última análise, são o mote desta banda: liberdade e independência!
Provenientes de projectos tão díspares como Touro, Retimbrar, Zen, Anger, Souq, Fadomorse, Mi Ku Bô, Teia, Funkyard, Turn Off, Stopestra, Xícara, Mina, Miguel Araújo, André Indiana, etc, os membros dos 47 de Fevereiro juntaram-se para dar seguimento à vontade comum de exprimir a música que lhes corre nas veias, sem filtros ou condicionalismos, e assim detonarem palavras sob a forma de Fute-Rock Mediterrânico.
Saiu assim à rua o novo contra-golpe da intertugalidade, em forma de rock de barricada. Guerrilheiros, caciques, mafiosos e outros que tais têm a palavra, ou as palavras de livros e crónicas sobre eles escritos. Em várias línguas, em vários tons de voz, na ilharga dos que criaram e perpetuam esta situação. 47 de Fevereiro baralha e volta a dar.
As referências para este disco são tão díspares como: Astérix pelo humor com a história, as características dos povos e a irredutibilidade contra o invasor; Liga dos Últimos pelo futebol amador e portugalidade profunda; Mafalda pelo humor muito humano e socio-temporal; George Orwell e Aldous Huxley pelas suas sociedades supervisionadas; John Steinbeck pelas desigualdades sociais; Marguerite Yourcenar pela análise da vida; Gabriel Garcia Marquez pela criatividade; por fim, o futebol enquanto desporto, motor de agregação social e superação individual e colectiva que serve de “leitmotiv” para a formação da banda e construção deste disco.
O plantel do F. C. 47 de Fevereiro é composto por:
- El Killo (Francisco Beirão): bateria, voz, percussão
- Capitão Moura (Jorge Loura): guitarra, voz
- Roque Xandeiro (Nuno Xandinho): guitarra tuga e eléctrica, voz
- Fiscal Santos (Pedro Santos): baixo, voz
- Capadócio (Rui “Caps” Ferreira): audio
No disco jogaram “emprestados”:
- Sargento Zero (Ricardo Melo): baixo
- JJ (Joana Castro): treino vocal
- Rui Babince (Rui Couto): voz
- Calavera (Ricardo Cavalera): guitarra
- Eládio Clímax (Manel Cruz): voz
- Cabeça (Tiago Soares): shruti box, dhol, coro
- Cabaça (André Nunes): caixa, coro
- Irmãs Castro (Joana e Daniela Castro): coro
- Pornotor Xispa (Hugo Correia): coro, masterização
- Prof. Off & Thsenas (trancanhola, bombo, coro
- Agostinho 1/2 Litro (David Leão): flauta transversal
- Reverendo (Paulo Veloso): harmónica
- Rui Lavaredas: crónica de jogo
“Num jogo anónimo de Fute-Rock Mediterrânico, há botas sobre a areia molhada e suja. As marcações são esbatidas, o jogo num impasse. Há silêncio à nossa volta enquanto a barreira se alinha. Há pessoas à frente da barricada, há uma bola que explode pelo ar e voa breve sobre as cabeças. Debaixo dos prédios e sob as redes há mãos prontas para a agarrar. Mãos algemadas não deixam fugir a bola.”
(José Ferreira)
“A saber: o uso fequente de várias línguas ao longo dos seus temas (português, espanhol, francês e italiano), é uma escolha, digamos que “política” da banda, com o intuito de dar visibilidade às línguas do Sul da Europa ou mediterrânicas, em oposição ao tradicional inglês. Há também uma associação temática ao mundo do futebol amador, numa alusão a uma luta pela manutenção dentro de campeonatos regionais ou de segunda divisão, que corresponde a toda uma visão de vida e de análise da nossa realidade do dia-a-dia, no sentido em que todas as pessoas lutam à sua maneira pela sua própria sobrevivência, dentro do jogo político-social. A opção de não terem o habitual vocalista de rock frontman, fez com que optassem por uma postura artirock de declamação cantada a espaços, distribuída por todos os membros da banda.
Não é despropositado, neste contexto todo, situar os 47 Fevereiro como uma banda tipicamente rock, dentro de um espetro que vai do psicadélico ao stoner rock, mas com uma abordagem muito peculiar (a utilização da guitarra portuguesa é também uma prova disso), e com uma atitude literária/ política declamada que nos remete para algumas bandas portuguesas do nosso passado recente (algumas tipicamente dentro da área da música popular de intervenção e outras dentro da pop).”
(Guilherme Lucas)
“Desta vez fomos a jogo com os 47 de Fevereiro, uma das bandas mais interessante que podemos encontrar pelos palcos nacionais. Com um som de meia bola e força, definem-se como Fute-Rock Mediterrânico e levámos as metáforas futebolísticas até ao limite.”
(Alex Gamelas, in salãomusical.com)
“Uma grande surpresa, este disco que cresce a cada audição. Acabe-se com a graçola óbvia: “Luta Pela Manutenção” é para enganar, este é um disco de Liga dos Campeões.”
(in Arte Sonora)
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https://47defevereiro.bandcamp.com
©2018 47 de Fevereiro
Produção: Capadócio e 47 de Fevereiro
Gravação e Mistura: Capadócio
Edição: Zorro
Masterização: Pornotor Xispa
Assistente de produção: Sofia.pt
Gravado nos Estúdios Rangel, Espaço Compasso e Sótão dos Porcos
1. Minuto de Silêncio (1:10)
2. Ficou-se Pela Intenção (3:05)
3. In Extremis (3:57)
4. Infiltrado (4:19)
5. La Favorita (5:04)
6. Vagabundo (3:36)
7. Líder à Condição (5:14)
8. Porcos no Sótão (4:59)
9. Entrada ... (1:22)
10. ... à Margem da Lei (5:37)
11. Tempo de Compensação (1:40)